Da poeira das trilhas ao progresso das estradas: a ponte para o futuro

Capelinha: O reconhecimento do progresso nas páginas de “O Cruzeiro” 

Em 1956, Capelinha alcançou um marco histórico ao ser destaque na prestigiada revista “O Cruzeiro”, uma das publicações mais influentes do país na época, com circulação de 600 mil exemplares. O município foi selecionado entre os cinco mais progressistas do Brasil, um reconhecimento que evidenciava sua ascensão e seu comprometimento com o desenvolvimento. 

A reportagem destacou as iniciativas do então prefeito José Carlos Ribeiro, conhecido carinhosamente como Zezito Ribeiro, cuja gestão foi responsável por uma série de transformações estruturais na cidade. Entre as obras celebradas estavam a construção do hospital, melhorias na pista do aeroporto, o calçamento de ruas e a chegada de importantes instituições financeiras e comerciais, como o Banco do Brasil e a CASEMG (Companhia de Armazéns e Silos de Minas Gerais). Essas ações consolidaram Capelinha como um polo de crescimento e impulsionaram sua economia. 

Um dos pontos mais significativos desse período foi a abertura da estrada Capelinha/Angelândia até Jaguaritira, uma conquista que redefiniu a mobilidade regional. Antes da pavimentação, os deslocamentos eram árduos e limitavam a comunicação entre os municípios vizinhos. Com a nova estrada, Capelinha ganhou um elo estratégico que dinamizou o transporte de mercadorias e o fluxo de pessoas, promovendo a integração e estimulando o comércio. 

A publicação na revista “O Cruzeiro” não foi apenas um reconhecimento, mas uma comprovação do espírito inovador de Capelinha. A estrada para Angelândia continua sendo um dos legados mais marcantes dessa era de crescimento, reforçando que o progresso de uma cidade depende de infraestrutura sólida, planejamento visionário e investimentos contínuos para garantir um futuro próspero e sustentável.  

Abertura da Estrada Para Angelandia

Atual estrada que liga Capelinha a Angelândia
 A chegada do primeiro caminhão a Capelinha marcou um momento de transformação para a cidade. Antes mesmo de alcançar seu destino, o veículo atravessou a recém-inaugurada ponte sobre o rio Itamarandiba, uma obra que simbolizava o avanço e a esperança de um futuro mais próspero. Construída em 1939, a ponte representou um grande investimento, equivalente ao orçamento anual da Prefeitura, e tornou-se um marco da engenharia local com seu sistema trapezoidal, garantindo estabilidade e segurança para quem por ali passasse.


Naquele dia histórico, muitos moradores seguiram para o local a cavalo, ansiosos para testemunhar o progresso chegar sobre rodas. E, como não poderia ser diferente, voltaram para casa na carroceria do caminhão, celebrando essa nova era de conexão e desenvolvimento. Mais do que uma simples passagem sobre as águas, a ponte inaugurava possibilidades para o crescimento da cidade, facilitando o transporte de mercadorias e impulsionando a economia.

A construção de estradas e infraestruturas como essa sempre desempenha um papel essencial no desenvolvimento de uma região. Caminhos bem planejados possibilitam a circulação eficiente de bens e pessoas, atraem investimentos e promovem o intercâmbio cultural e comercial. Em lugares onde antes apenas cavalos percorriam trilhas rústicas, o surgimento de rodovias e pontes representa a concretização do progresso, garantindo que cidades como Capelinha sigam evoluindo e se fortalecendo ao longo dos anos.












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