Desde seus primórdios, Capelinha nasceu sob o manto da
religiosidade. Em 1812, Manoel Luiz Pêgo e
sua família chegaram à região
trazendo consigo uma imagem de Nossa Senhora da Graça. O desejo de ter um
espaço de oração levou Feliciano, filho de Manoel, a erguer uma singela capela
para abrigar a imagem. Ali, o Padre Camilo de Lélis Prates celebrou a primeira
missa em 1817, marcando o início de uma trajetória de fé e devoção.
Poucos anos depois, por volta de 1820, começava a construção
da primeira igreja da cidade, coordenada pelo mesmo padre. Sua imponência
transformou-a na principal edificação de Capelinha, com uma arquitetura
colonial e torres que remetiam à famosa Igreja de São Francisco, em Diamantina.
Inspirando-se nessa referência, a Matriz de Aricanduva foi construída como sua
cópia.
Porém, o passar do tempo trouxe mudanças. Em 1952, por ordem
do Padre José Batista dos Santos, a antiga igreja foi demolida para dar lugar a
uma nova construção, mais moderna e adaptada aos novos tempos. A nova matriz
foi concluída em 1962, sob os cuidados do Padre Otacílio Queiroz.
Ainda na década de 1960, Capelinha ganhou outro símbolo de
devoção: a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, inaugurada em julho de 1964,
fortalecendo ainda mais o vínculo religioso da cidade. Elevada à condição de
paróquia em 1858, a cidade recebeu seu primeiro pároco, Francisco Pereira da
Luz, dando continuidade à missão iniciada décadas antes.
Entre as muitas figuras que marcaram a história religiosa de
Capelinha, destaca-se o primeiro sacerdote estrangeiro a atuar na cidade: o
alemão Padre Pedro. Chegando em 1972, dedicou-se à comunidade até seu
falecimento, sendo sepultado na cidade que adotou como lar.
A fé, mais do que um elemento cultural, tornou-se parte
essencial da identidade capelinhense, atravessando gerações e mantendo vivas as
tradições que moldaram sua história.
Capelinha é um reflexo da diversidade e do acolhimento
religioso do século XXI. Atualmente, a cidade abriga congregações de vários segmentos
religiosos, proporcionando um espaço de respeito e convivência entre diferentes
crenças. Essa pluralidade fortalece o sentimento de comunidade, promovendo
encontros, celebrações e ações sociais que unem seus habitantes.
Independentemente da fé, todos encontram em Capelinha um lugar de pertencimento
e fraternidade. Aqui, a espiritualidade é vivida de forma harmoniosa, tornando
a cidade um verdadeiro lar para quem busca acolhimento.
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