Do Pouso dos Tropeiros à Primeira Feira: A Evolução do Comércio em Capelinha

Ponto de encontro dos tropeiros
Às margens do histórico Chalet Fim do Século, nasceu um ponto fundamental para o desenvolvimento de Capelinha: o pouso dos tropeiros. Em uma época em que as estradas eram escassas e os veículos praticamente inexistentes, a cidade dependia intensamente das tropas para abastecimento e comércio. Foi ali, ao lado do imponente casarão francês, que tropeiros de diversas regiões encontravam abrigo, descanso e a oportunidade de negociar mercadorias essenciais.

Entre as décadas de 1940 e 1950, o pouso dos tropeiros era um dos pontos estratégicos para quem transportava cargas pelo interior mineiro. Capelinha se tornava referência comercial, recebendo dos seus produtores carregamentos de fumo, farinha, toucinho, café e pinga que eram levados para cidades como Diamantina, Curvelo, Montes Claros e até o sul da Bahia. Em troca, os tropeiros traziam sal, macarrão, trigo, querosene e açúcar, abastecendo o comércio local.

Com o passar dos anos, o local evoluiu de simples ponto de parada para um verdadeiro centro comercial. Pequenos comerciantes e produtores começaram a se reunir para vender seus produtos diretamente aos tropeiros e à população local. Esse movimento transformou o antigo pouso na primeira feira de Capelinha, um marco no desenvolvimento econômico da cidade. O espaço, embora modesto, era efervescente, um ponto de troca e encontro para moradores e viajantes.

O contraste entre a feira de antigamente e a atual é notável. Enquanto o primeiro mercado era um pequeno aglomerado de vendedores ao lado do Chalet Fim do Século, a feira moderna se expandiu significativamente, refletindo o crescimento da cidade e sua independência dos tropeiros. No entanto, suas raízes permanecem vivas, recordando a época em que tudo se resolvia no lombo dos animais e os tropeiros, com suas selas de carga, desempenhavam papel essencial na construção da identidade e prosperidade de Capelinha.

Aos fundos da rodoviaria antiga

A sgunda Localização da feirade Capelinha

Depois de funcionar durante muitos anos na rua Das Flores, a feira-livre de Capelinha passou para a Praça Castelo Branco, a partir de meados da década de 1.960.  Na foto abaixo, cena da nova feira-livre, com os veículos começando a substituir os animais para o transporte de pessoas e de mercadorias. Também aparece a rua Governador Valadares.

Um Elo Entre História, Saúde e Sustentabilidade
Desde 1990, a feira passou a funcionar no galpão situado entre a Alameda Beira Rio, a Rua Geraldo Prisco e a Avenida Clóvis Pimenta, acompanhando o crescimento da cidade e o aumento populacional. Com a crescente demanda por alimentos orgânicos, tornou-se um importante ponto de encontro entre produtores locais e consumidores em busca de uma alimentação mais saudável e sustentável. Além de promover a economia da região, a feira fortalece a cultura local ao preservar tradições agrícolas e incentivar o consumo consciente. O espaço, além de comercial, também se tornou um ambiente de socialização e valorização da identidade da comunidade, proporcionando acesso a produtos frescos e livres de agrotóxicos. A alimentação orgânica, além de beneficiar a saúde, contribui para a preservação ambiental, garantindo práticas agrícolas mais equilibradas e responsáveis. A feira, portanto, representa não apenas um mercado, mas um elo entre passado e presente, reforçando a importância da conexão entre natureza, cultura e bem-estar da população.















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