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Ancestralidade no Jequitinhonha

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imagem figurativa O Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, foi habitado por diversos povos pré-históricos, incluindo indígenas do tronco macro-jê, como os botocudos e aranãs. Antes da colonização europeia, esses grupos viviam na região, deixando vestígios arqueológicos que ajudam a reconstruir sua história  Os primeiros exploradores chegaram ao vale no século XVI, e a ocupação europeia se intensificou no século XVIII com a descoberta de ouro e diamantes. Os indígenas que habitavam a região foram gradualmente deslocados ou exterminados durante esse processo. Se você quiser explorar documentos históricos sobre o Vale do Jequitinhonha, o Arquivo Público Mineiro lançou um catálogo online com registros de 14 cidades da região, reunindo informações sobre sua história e ocupação. Você pode acessá-lo (https://www.arquivopublico.mg.gov.br/catalagovale/).  ...

Origens e Transformações de Capelinha: Cultura e Desenvolvimento

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O Parque Possui 35 ha de matas preservadas entre trilhas Capelinha, localizada no coração do Vale do Jequitinhonha, tem uma história marcada pela fé e pela força de seus habitantes. Antes mesmo de sua fundação, a região já fazia parte de um contexto histórico maior. Minas Novas, município ao qual Capelinha esteve vinculada até sua emancipação, inicialmente pertencia à Capitania da Bahia. Criada como vila na Vila do Príncipe (atual Serro), permaneceu sob jurisdição baiana até 1757, quando foi reincorporada à Comarca de Serro Frio, em Minas Gerais. A origem do povoado de Capelinha remonta a 1808, quando Manoel Luiz Pêgo, descendente de portugueses, estabeleceu-se às margens do Córrego Areão. Após sua morte, em 1812, seu filho Feliciano Luiz Pêgo construiu uma singela capela dedicada a Nossa Senhora da Graça, atraindo devotos e formando o núcleo inicial do povoado, que passou a ser chamado de Capelinha. O nome foi consolidado quando, em 1858, o local foi elevado a distrito de Minas Nova...

Antes das Rodas, Vieram as Asas: O Impacto do Primeiro Avião em Capelinha (1937)

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  Fonte: Nos Tempos das Gabirobas O dia amanheceu como qualquer outro em Capelinha, mas o destino reservava um espetáculo inesperado para seus moradores. Em 1937, sem sequer ter visto um carro circulando por suas ruas de terra, a cidade testemunharia um evento histórico: a chegada do primeiro avião. Naquela manhã, os rumores já corriam entre os habitantes. Diziam que uma máquina voadora cortaria os céus e pousaria ali, no pequeno aeroporto recém-construído, cercado por mato e incerteza. Os mais corajosos esperavam ansiosos, enquanto os mais céticos acreditavam que aquilo era conversa de tropeiro. Afinal, como poderia uma máquina voar como os pássaros? Pouco antes do meio-dia, o ronco do motor ecoou entre as montanhas. De repente, um ponto metálico surgiu no horizonte, deslizando pelo céu como um relâmpago. As crianças correram para ver. Os adultos saíram das casas. Alguns rezavam, outros gritavam, enquanto o avião da Aeronáutica fazia sua descida triunfal. O barulho ensurdecedo...

Comércio, Política e Arquitetura: O Legado do Chalet Fim do Século

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  Erguido em 1899, o Chalet Fim do Século é um marco arquitetônico e histórico de Capelinha, Minas Gerais. Construído por Antônio Paulino Ribeiro, o imponente casarão de estilo francês destaca-se pela sua sofisticada fachada rendilhada, um detalhe que, além de sua beleza singular, influenciou na origem de seu nome. Localizado na Rua das Flores, o imóvel não apenas abrigou uma das primeiras casas comerciais da cidade, como também se consolidou como um espaço de relevância política e social. Foto do final do seculo XX O chalé serviu como residência para a família Ribeiro e, ao seu lado, funcionava uma loja diversificada, oferecendo desde tecidos e artigos de armarinho até ferragens e utilidades domésticas. O comércio tornou-se um ponto de referência para a população local e para fazendeiros da região que buscavam produtos variados em um ambiente sofisticado e bem abastecido. Além de seu impacto econômico, o Chalet Fim do Século também desempenhou um papel estratégico na política ...

Do Pouso dos Tropeiros à Primeira Feira: A Evolução do Comércio em Capelinha

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Ponto de encontro dos tropeiros Às margens do histórico Chalet Fim do Século, nasceu um ponto fundamental para o desenvolvimento de Capelinha: o pouso dos tropeiros. Em uma época em que as estradas eram escassas e os veículos praticamente inexistentes, a cidade dependia intensamente das tropas para abastecimento e comércio. Foi ali, ao lado do imponente casarão francês, que tropeiros de diversas regiões encontravam abrigo, descanso e a oportunidade de negociar mercadorias essenciais. Entre as décadas de 1940 e 1950, o pouso dos tropeiros era um dos pontos estratégicos para quem transportava cargas pelo interior mineiro. Capelinha se tornava referência comercial, recebendo dos seus produtores carregamentos de fumo, farinha, toucinho, café e pinga que eram levados para cidades como Diamantina, Curvelo, Montes Claros e até o sul da Bahia. Em troca, os tropeiros traziam sal, macarrão, trigo, querosene e açúcar, abastecendo o comércio local. Com o passar dos anos, o local evoluiu de simpl...

Desenvolvimento e Expansão: A Importância dos Bancos na História de Capelinha

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  O crescimento de Capelinha como um polo regional é marcado por eventos que consolidaram sua posição econômica e social. A abertura da primeira agência bancária, o Banco Hipotecário e Agrícola, em 1948, foi um marco que impulsionou o desenvolvimento local, trazendo maior acesso ao crédito e fortalecendo o comércio. O Banco Hipotecário e Agrícola, no contexto de Minas Gerais, funcionava como uma instituição financeira estatal especializada em crédito para o setor imobiliário e agrícola. Ele era Um banco de crédito hipotecário, o que significa que oferecia financiamentos para a compra de imóveis, utilizando-os como garantia. Além disso, também concedia crédito para atividades agrícolas. Com a chegada do Banco do Brasil em 1958, a cidade ampliou suas oportunidades financeiras, permitindo investimentos em setores essenciais e consolidando-se como um importante centro econômico para a região. A influência de figuras como Dr. Geraldo Andrade Carneiro e a participação de autoridades ...

Da primeira Igreja Matriz de Capelinha à Divercidade Religiosa

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  Desde seus primórdios, Capelinha nasceu sob o manto da religiosidade. Em 1812, Manoel Luiz Pêgo e sua família chegaram à região trazendo consigo uma imagem de Nossa Senhora da Graça. O desejo de ter um espaço de oração levou Feliciano, filho de Manoel, a erguer uma singela capela para abrigar a imagem. Ali, o Padre Camilo de Lélis Prates celebrou a primeira missa em 1817, marcando o início de uma trajetória de fé e devoção. Poucos anos depois, por volta de 1820, começava a construção da primeira igreja da cidade, coordenada pelo mesmo padre. Sua imponência transformou-a na principal edificação de Capelinha, com uma arquitetura colonial e torres que remetiam à famosa Igreja de São Francisco, em Diamantina. Inspirando-se nessa referência, a Matriz de Aricanduva foi construída como sua cópia.   Porém, o passar do tempo trouxe mudanças. Em 1952, por ordem do Padre José Batista dos Santos, a antiga igreja foi demolida para dar lugar a uma nova construção, mais moderna e adaptada ...